A endometriose afeta muitas mulheres em idade reprodutiva e pode ser uma das causas de dificuldade para engravidar. Dependendo da gravidade, a intervenção cirúrgica pode ser necessária para melhorar a fertilidade.
A Dra. Carolina Scaranari, especialista em reprodução humana e médica diretora do Fivmed, esclarece essa questão e tira outras dúvidas importantes para quem está tentando engravidar.
Endometriose e infertilidade: qual é a relação?
Estudos mostram que a endometriose está presente em até 50% das mulheres com infertilidade, e pode interferir na ovulação, na qualidade dos óvulos e até no funcionamento das tubas uterinas. Mas o tratamento precisa ser individualizado: nem toda paciente com endometriose precisa de cirurgia.
Como a Dra. Carolina explica:
“É cirurgia para todo mundo? Não. É cirurgia para ninguém? Não. A gente tem que estipular a gravidade da lesão e a gravidade da infertilidade”.
Quando a cirurgia é indicada?
A decisão pela cirurgia leva em conta fatores como a idade da mulher, a reserva ovariana, o tempo de infertilidade e a presença (ou ausência) de dor.
Dra. Carolina dá um exemplo prático:
“Uma paciente de 28 anos, com boa reserva ovariana… com uma infertilidade curta, um ano de infertilidade, só que é uma paciente que tem o diagnóstico de endometriose e morre de dor… essa é uma paciente super candidata à cirurgia”.
Nesses casos, a cirurgia pode aliviar dores intensas, como a dor na relação sexual ou durante a menstruação, e melhorar o ambiente pélvico para uma possível gestação natural ou com tratamentos menos invasivos.
“A cirurgia vai melhorar dor, essa cirurgia pode melhorar o prognóstico da gestação”, diz Scaranari.
Quando a cirurgia não é o melhor caminho?

Por outro lado, há casos em que o tempo é um fator mais crítico do que a presença da endometriose em si. Como no exemplo abaixo:
“Imagina uma paciente de 39 anos com uma reserva ovariana diminuída… já tem cinco anos de infertilidade, e ela não tem dor nenhuma. Será que essa paciente é candidata à cirurgia? Provavelmente não”.
Para essas pacientes, a recomendação tende a ser partir direto para a fertilização in vitro (FIV), pois a chance de engravidar naturalmente é mais baixa e o tempo para agir é curto.
Cada caso é único
Embora os exemplos ajudem a entender o raciocínio clínico, a avaliação deve sempre ser feita com base em exames, histórico e sintomas específicos de cada mulher. A Dra. Carolina reforça:
“É lógico que a gente vai ter que individualizar caso a caso… olhar a ressonância da paciente, o exame físico, o toque vaginal, se tem nódulo…”
Conclusão
Nem toda mulher com endometriose precisa passar por uma cirurgia antes de tentar engravidar. O melhor caminho depende de uma avaliação criteriosa feita por um especialista em reprodução humana, que leve em conta idade, sintomas, exames e tempo de infertilidade. Em alguns casos, operar pode ajudar. Em outros, o mais indicado é partir direto para tratamentos como a FIV.
Nos últimos anos, os avanços na medicina reprodutiva têm reforçado a preferência por abordagens menos invasivas no tratamento da endometriose. Ainda assim, a cirurgia continua sendo uma possibilidade válida em casos específicos, principalmente quando há dor intensa ou impacto na fertilidade. Por isso, a avaliação individualizada com um especialista segue sendo essencial para definir o melhor caminho.
O Dr. Manoel Bragheto, médico-diretor do Fivmed, dá um conselho importante para mulheres com endometriose, especialmente para aquelas com uma baixa reserva ovariana neste vídeo:
Se você recebeu o diagnóstico de endometriose ou está enfrentando dificuldades para engravidar, não precisa passar por isso sozinha. Fale com o Fivmed e descubra qual o melhor caminho para o seu caso. O cuidado certo pode fazer toda a diferença na sua jornada.