PENSAMENTOS PRÁTICOS.
A síndrome dos ovários policísticos (SOP) é uma doença muito comum. Porém muitas dúvidas ainda surgem quando estas pacientes resolvem engravidar e alguns pontos devem ser ressaldados:
1) Primeiro e maior cuidado: confirmar o diagnóstico. Muitas pacientes dizem que tem SOP, mas na verdade não tem, mesmo com um laudo de ultrassom sugerindo este diagnóstico. A condição básica desta síndrome é a ausência da ovulação e consequentemente ciclos muito irregulares e espaçados. Algumas mulheres chegam a ficar meses sem menstruar.
2) O objetivo inicial quando se pretende engravidar é fazer a mulher voltar a ovular. Para isso podemos ter duas abordagens:
a. Perder peso. Para algumas mulheres com sobrepeso ou obesidade esta medida muitas vezes é suficiente para fazer a mulher voltar a ovular naturalmente, sem nenhuma necessidade de tratamento médico para engravidar.
b. Induzir a ovulação com remédios. Para muitos casos precisaremos utilizar medicamentos específicos para estimular o ovário a produzir os óvulos. Duas drogas são as mais utilizadas. O citrato de clomifeno (clomid®, indux® ou serophene®) ou o letrozol (femara®). Este tratamento deve ter indicação e acompanhamento médico especializado.
3) Alguns medicamentos como a metformina e agora o mio-inositol (FertiSop®) podem ser utilizados para auxiliar os ovários a voltar a ovular. Também precisam de indicação e prescrição médica.
4) Cuidado. O uso da progesterona (utrogestan®, duphaston®, farlutal®) ou da Cicloprimogyna® para regular o ciclo menstrual NÃO PROMOVE A INDUÇÃO DA OVULAÇÃO. Portanto não auxiliam o casal a engravidar.
Não podemos esquecer que o casal deve ser avaliado e todos os outros fatores de infertilidade devem ser pesquisados. Caso a única causa identificada sejam os ovários policísticos as medidas acima poderão ser utilizadas. A idade da paciente e a presença ou não de comorbidades (obesidade, diabetes, hipertensão etc) nortearão a conduta para auxiliar o casal a engravidar, da forma mais saudável possível.