Sim, os casos de infertilidade estão aumentando e, segundo um relatório de 2023 da Organização Mundial da Saúde (OMS), 1 em cada 6 pessoas no mundo será afetada pela infertilidade ao longo da vida. Um dado que ultrapassa barreiras geográficas, culturais e socioeconômicas. A infertilidade, historicamente tratada como um problema individual ou de casal, hoje é reconhecida como uma questão de saúde pública global.
Mas o que está por trás desse aumento expressivo nos diagnósticos de infertilidade? A resposta exige uma análise multifatorial, que envolve desde o comportamento humano contemporâneo até questões ambientais, emocionais e sociais.
O impacto do adiamento da maternidade
Entre os principais fatores está o adiamento da maternidade, especialmente nas grandes cidades. O desejo (ou a necessidade) de concluir a formação acadêmica, estabelecer-se financeiramente ou construir uma carreira antes de ter filhos tem levado muitas mulheres a planejarem a gravidez após os 35 anos, idade em que a fertilidade feminina entra em declínio acentuado, tanto pela diminuição na quantidade quanto na qualidade dos óvulos.
Essa tendência não é apenas estatística. Um estudo publicado na Revista da Escola de Enfermagem da USP ressalta que a idade materna avançada é um dos fatores mais relevantes para o aumento dos casos de infertilidade. E, ao contrário do que muitos pensam, a fertilidade masculina também sofre com o passar do tempo, embora de forma mais gradual.
Estilo de vida e fatores ambientais: silenciosos, mas potentes

Outros elementos têm ganhado destaque entre os especialistas: os hábitos de vida e a exposição ambiental. O aumento do sedentarismo, o consumo elevado de álcool e alimentos ultraprocessados, a privação de sono e o estresse crônico são comportamentos que afetam diretamente a saúde reprodutiva.
Além disso, a poluição e os chamados disruptores endócrinos (substâncias químicas presentes em plásticos, cosméticos e pesticidas) podem alterar a produção hormonal, prejudicar o desenvolvimento de gametas e até interferir na implantação do embrião. Essas substâncias têm sido associadas à diminuição da contagem espermática, alterações ovulatórias e abortos recorrentes.
Quando não há uma explicação: a infertilidade sem causa aparente
Um ponto que intriga pacientes e médicos é o aumento dos casos de infertilidade sem causa aparente, também chamada de idiopática. De acordo com dados científicos, essa condição representa 35,9% dos casos.
Nesses casos, mesmo após uma investigação completa, não é possível identificar nenhum fator clínico ou laboratorial que justifique a dificuldade para engravidar. Isso reforça o caráter complexo da fertilidade humana, influenciada por variáveis que nem sempre são mensuráveis.
O peso emocional da infertilidade: além do corpo, a mente
Não é apenas o corpo que sofre com a infertilidade. A saúde emocional também é profundamente impactada. O mesmo estudo mencionado anteriormente, publicado na Revista da Escola de Enfermagem da USP, mostra que o diagnóstico de infertilidade pode desencadear sentimentos de inadequação, culpa, frustração e ansiedade. Muitas vezes, essas emoções são agravadas pela cobrança social, pelo desgaste nos relacionamentos e pelo cansaço dos tratamentos.
Enquanto as mulheres costumam expressar mais abertamente o sofrimento, os homens tendem a adotar uma postura de apoio, mesmo que também estejam emocionalmente abalados. O estudo reforça a importância do suporte psicológico contínuo durante o processo de tentativa de gestação, especialmente em tratamentos de reprodução assistida.
Avanços da medicina: há caminhos para quem deseja ter filhos

Apesar dos desafios, há um lado positivo: a ciência tem avançado de forma notável. Procedimentos como a fertilização in vitro (FIV) e o congelamento de óvulos e embriões oferecem alternativas para muitos casos que, há décadas, eram considerados sem solução.
Essas tecnologias têm permitido que mais pessoas realizem o sonho de formar uma família no momento em que se sentirem prontas, sem abrir mão de seus planos de vida ou da sua saúde.
Se você acredita que a maternidade deve ser vivida no seu tempo, conheça mais sobre a campanha Maternidade sem Pressa e descubra como a ciência pode apoiar seus planos de forma tranquila e segura.
Conclusão
Mais do que nunca, é fundamental promover a educação em saúde reprodutiva, oferecer acesso a diagnósticos precisos e ampliar o acolhimento emocional durante esse processo.
A boa notícia? Hoje há informação, tratamento e ciência a favor de quem sonha em gerar uma nova vida.
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